Conto, racconto, reza o antigo adágio.
Uma mulher se senta diante de um interlocutor invisível – apenas entreouvimos a sua voz - e fala sobre a sua vida. A cena seria corriqueira na clínica, mas desta vez trata-se do endereçamento a um cineasta e o dito
setting é um
set de filmagem; não por acaso, o cenário é o palco de um teatro.
Minutos depois, uma conhecida atriz interpreta o 'texto' daquela que acabara de falar; o filme avança e os depoimentos e as interpretações se sucedem, e, de repente, já não se sabe mais quem fala quando uma mulher toma a palavra.
Eduardo Coutinho embaralha as cartas com sensibilidade e mestria para revelar - expor, velando novamente - o quão tênue é o limite que separa (?) ficção de realidade, fato de representação. Não por acaso, os testemunhos são de mulheres; elas sabem que a feminilidade é, em certa medida, mascarada. Arte de representar, por excelência.
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