Warum gabst du uns die tiefen Blicke - 1ª referência

Freud, Sigmund (1996pp). Moisés e o monoteísmo - três ensaios. In: Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud, vol. XXIII. Rio de Janeiro: Imago, 1996. (Obra original publicada em 1939[1934-38]). 

A citação encontra-se em “Moisés e o monoteísmo - três ensaios”, no ensaio III, intitulado “Moisés, o seu povo e a religião monoteísta”, parte II - “Resumo e recapitulação”, seção (F): o retorno do reprimido, página 138. Freud trata das marcas infantis inconscientes que determinam importantes fatos da vida psíquica dos indivíduos. Estas marcas serão efeitos da relação da criança com seus pais. Assim, entra em cena o complexo de Édipo, tão central na teoria e clínica psicanalítica.

O que as crianças experimentaram na idade de dois anos e não compreenderam, nunca precisa ser recordado por elas, exceto em sonhos; elas só podem vir a saber disso através do tratamento psicanalítico. Em alguma época posterior, entretanto, isso irromperá em sua vida com impulsos obsessivos, governará suas ações, decidirá de suas simpatias e antipatias e, com muita frequência, determinará sua escolha de um objeto amoroso, para a qual quase sempre é impossível encontrar uma base racional. Não podemos enganar-nos sobre os dois pontos em que esses fatos fazem aflorar nosso problema. Em primeiro lugar, há a distância do período em apreço,² que é reconhecido aqui como o verdadeiro determinante - no estado especial da lembrança que, por exemplo, no caso dessas experiências infantis, classificamos de ‘inconsciente’. Esperamos encontrar nisso uma analogia com o estado que estamos procurando atribuir à tradição na vida mental do povo. Não foi fácil, com efeito, introduzir a idéia do inconsciente na psicologia de grupo.

Nota de rodapé 2: Também aqui um poeta pode falar e, a fim de explicar sua ligação, imagina: ‘Ach, du warst in abgelebten Zeiten meine Schwester oder meine Frau.’ [Literalmente: ‘Ah, foste, numa vida passada, minha irmã ou minha esposa.’ De um poema dedicado por Goethe a Charlotte von Stein: ‘Warum gabst du uns die tiefen Blicke.’ Freud citou-o em seu discurso na Casa de Goethe (1930e), Edição Standard Brasileira, Vol XXI p. 242, IMAGO Editora, 1974.] (Freud, 1996pp, p. 138).

Goethe, Warum gabst du uns die tiefen Blicke

09/11/2025 00:00