Freud, Sigmund (1996ww). Escritores criativos e devaneios. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol. IX. Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1908).
A citação encontra-se em “Escritores criativos e devaneio” (1908 [1907]), em uma nota de rodapé, página 137. Neste trecho, Freud lança uma questão sobre o porquê das pessoas revelarem suas fantasias, já que estas são, tantas vezes, motivos de vergonha e pudor. O psicanalista vienense fala que é da ordem da Necessidade, “uma deusa severa”, que faz com que as pessoas se dirijam a um médico para falar daquilo que as faz padecer. Em suas palavras, faz uma alusão à peça Torquato Tasso (1790), de Goethe.
Mas, indagarão os senhores, se as pessoas fazem tanto mistério a respeito do seu fantasiar, como os conhecemos tão bem? É que existe uma classe de seres humanos a quem, não um adeus, mas uma deusa severa – a Necessidade – delegou a tarefa de revelar aquilo de que sofrem e aquilo que lhes dá felicidade.³ (Freud, 1996ww, p. 137).
Nota de rodapé: Trata-se de uma alusão a conhecidos versos ditos pelo herói-poeta na cena final do Torquato Tasso de Goethe:
‘Und wenn der Mensch in seiner Qual verstummt, Gab mire in Gott, zu sagen, que ich leide.’‘E quando o tormento emudece a humanidade, um deus permitiu-se que revelasse como sofro’. (1908 [1907]) (Freud, 1996ww, p. 137).
Goethe, Torquato Tasso
10/11/2025 00:00