Freud, Sigmund (1996tt). O mal-estar na civilização. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol. XXI. Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1930[1929]).
A citação encontra-se no texto “O mal-estar na civilização” (1930[1929]), capítulo I, página 81. Freud utiliza os versos de Schiller para demonstrar a sua opinião sobre temas obscuros e exotéricos, como aqueles a que seu amigo se interessou, o transe e o afastamento do mundo proporcionado pela ioga.
Outro amigo meu, cuja insaciável vontade de saber o levou a realizar as experiências mais inusitadas, acabando por lhe dar um conhecimento enciclopédico, assegurou-me que, através das práticas de ioga, pelo afastamento do mundo, pela fixação da atenção nas funções corporais e por métodos peculiares de respiração, uma pessoa pode de fato evocar em si mesma novas sensações e cenestesias, consideradas estas como regressões a estados primordiais da mente que há muito tempo foram recobertos. Ele vê nesses estados uma base, por assim dizer fisiológica, de grande parte da sabedoria do misticismo. Não seria difícil descobrir aqui vinculações com certo número de obscuras modificações da vida mental, tais como os transes e os êxtases. Contudo, sou levado a exclamar, como nas palavras do mergulhador de Schiller:
‘…Es freue sich, Wer da atmet im rosigten Licht. [1]
1 [‘Regozije-se aquele que aqui em cima respire, na rósea luz!’ Schiller, ‘Der Taucher’.] (Freud, 1996tt, p. 81).
O mergulhador
06/11/2025 00:00