O anel de Polícrates - 1ª referência

Freud, Sigmund (1996ddd). O Estranho. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol.  XVII. Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1919).

A citação encontra-se em “O estranho” (1919), páginas 256/263. Freud cita a obra de Schiller pelo seu nome no corpo do texto, O anel de Polícrates, e indica a autoria em uma nota de rodapé.

Na história de ‘O anel de Polícrates’1, o rei do Egito afasta-se horrorizado do seu anfitrião, Polícratres, porque vê que cada desejo do seu amigo é imediatamente satisfeito, cada cuidado seu prontamente anulado por um amável destino. O anfitrião tornou-se ‘estranho’ para ele. A sua própria explicação, de que também o homem feliz tem que temer a inveja dos deuses, parece-nos obscura; o seu significado está dissimulado em linguagem mitológica.

1 [O poema de Schiller baseado em Heródoto.] (Freud, 1996ddd, p. 256).

A obra é retomada mais adiante no mesmo artigo.

A história da mão decepada no conto de Hauff (p. 261) certamente tem um estranho efeito, e podemos atribuir esse efeito ao complexo de castração; contudo, a maioria dos leitores provavelmente concordará comigo em julgar que nenhum traço de estranheza é provocado pela história de Heródoto do tesouro de Rhampsinitus, na qual o chefe dos ladrões, a quem a princesa tenta segurar pela mão, deixa-lhe um lugar da sua própria, a mão decepada do irmão dele. Uma vez mais, a pronta realização de Polícrates (p. 256) afeta-nos indubitavelmente da mesma maneira que afetou o rei do Egito; ainda assim, as nossas próprias histórias de fadas estão abarrotadas de exemplos de realizações instantâneas de desejos, que não produzem qualquer efeito estranho ou assustador (Freud, 1996ddd, p. 263).

O anel de Polícrates

06/11/2025 00:00