Hamlet - 16ª referência

A citação encontra-se em “Leonardo da Vinci e uma lembrança de sua infância” (1910), página 128. Freud trata da decisão à homossexualidade do artista florentino, associando-a à perda da significação da identificação a seu pai para sua vida sexual, no entanto, mantendo-a nas atividades não eróticas. Freud reconhece a compulsão por agir como e ultrapassar o pai na forma de agir fina e luxuosa de Leonardo. Cita uma fala da personagem título da peça Hamlet, de Shakespeare.

Como sabemos, uma decisão no sentido da homossexualidade somente se concretiza nos anos da puberdade. Quando esta decisão ocorreu no caso de Leonardo, sua identificação com o pai perdeu toda a significação para sua vida sexual, mas manteve-se presente em outras esferas de atividade não-erótica. Sabemos que gostava de luxo e de roupagens finas, e que possuía criados e cavalos, embora, segundo Vasari, pouco possuísse e pouco produzisse.’ A responsabilidade por estes gostos não deve ser atribuída somente à sua sensibilidade ao belo; reconhecemos neles também uma compulsão a copiar e ultrapassar seu pai. Seu pai fora um grande cavalheiro para a pobre camponesa, e seu filho por isso nunca deixou de sentir o desejo de representar também o grande cavalheiro - o impulso deto out-herod Herod’87, - e mostrar ao pai o que vinha a ser um verdadeiro gentil-homem (Freud, 1996rr, p. 128).

Nota de rodapé 87: Fala de Hamlet, Ato 3, Cena 2 (Freud, 1996rr, p. 128).