Freud, Sigmund (1996ggg). Análise terminável e interminável. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol. XXIII. Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1937).
A citação encontra-se em “Análise terminável e interminável” (1937), página 251.
Nenhum indivíduo, naturalmente, faz uso de todos os mecanismos de defesa possíveis. Cada pessoa não utiliza mais do que uma seleção deles, mas estes se fixam em seu ego. Tornam-se modalidades regulares de reação de seu caráter, as quais são repetidas durante toda a vida, sempre que ocorre uma situação semelhante à original. Isso os transforma em infantilismos, e partilham da sorte de tantas instituições que tentam manter-se em existência depois que a época de sua utilidade passou. ‘Vernunft wird Unsinn, Wohltat Plage’, como se queixa o poeta.¹ O ego do adulto, com sua força aumentada, continua a se defender contra perigos que não mais existem na realidade; na verdade, vê-se compelido a buscar na realidade as situações que possam servir como substituto aproximado ao perigo original, de modo a poder justificar, em relação àquelas, o fato de ele manter suas modalidades habituais de reação.
Nota de rodapé 1: [‘A razão se torna o absurdo, e a bondade, tormento.’ Goethe, Fausto, Parte I, Cena 4.]” (Freud, 1996ggg, p. 251).
Goethe, Fausto
10/11/2025 00:00