Freud, Sigmund (1996uu). O prêmio Goethe. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol. XXI. Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1930).
A citação encontra-se em “O prêmio Goethe” (1930), página 223. Na ocasião do agradecimento pelo recebimento do prêmio Goethe, em 1930, Freud recorre a duas falas do personagem de Fausto Mefistófeles.
Quando a psicanálise se põe a serviço da biografia, tem naturalmente o direito de não ser tratada com mais rudeza do que essa última. Ela pode fornecer certas informações às quais não é possível chegar por outros meios, logrando assim demonstrar novos fios vinculadores na ‘obra-prima do tecelão’, ² disseminados entre os dotes artísticos, as experiências e as obras de um artista.
[...] Goethe, como poeta, não foi apenas um grande revelador de si mesmo, mas também, a despeito da abundância de registros autobiográficos, um cuidadoso ocultador de si mesmo. Aqui, não podemos deixar de pensar nas palavras de Mefistófeles:
Das Beste, was du wissen kannst Darfst du den Buden doch nicht sagen.³
Nota de rodapé 2: [Citação da descrição feita por Mefistófeles, da contextura do pensamento, no Fausto, Parte I, Cena 4. Freud citou a passagem inteira, em relação à complexidade das associações oníricas, no Capítulo IV (A) de A Interpretação dos sonhos (1900a), Edição Standard Brasileira, Vol. IV, pág. 301, IMAGO Editora, 1972.]
Nota de rodapé 3: [O melhor do que sabeis não pode, afinal de contas, ser contado a meninos. (Fausto, Parte , Cena 4). Freud citou frequentemente esses versos. Para outros exemplos, ver A Interpretação dos sonhos (1900a), Edição Standard Brasileira, Vol. IV, pág. 15n, IMAGO Editora, 1972.] (Freud, 1996uu, p. 223).
Goethe, Fausto
10/11/2025 00:00