Freud, Sigmund (1996fff). Neurose e Psicose. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol. XIX. Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1924[1923]).
A citação encontra-se em “Neurose e Psicose” (1924[1923]), página 169. Freud recorre à fala de Mefistófeles a fim de reafirmar a importância da experiência clínica para a psicanálise. Similar a referência de Hamlet (História de uma neurose infantil (1918[1914])), em que a prática demonstra a insuficiência do saber sistematizado, alvo de toda teoria.
Em meu trabalho recentemente publicado, O Ego e o Id (1923b), propus uma diferenciação do aparelho psíquico, com base na qual determinado número de relacionamentos pode ser representado de maneira simples e perspícua. Com referência a outros pontos – no que concerne à origem e papel do Superego, por exemplo – bastante coisa permanece obscura e não elucidada. Ora, pode-se razoavelmente esperar que uma hipótese desse tipo se mostra útil e prestadia também em outras direções, quanto mais não seja capacitando-nos a ver o que já conhecemos desde outro ângulo, a agrupá-lo de modo diferente e descrevê-lo mais convincentemente. Tal aplicação da hipótese também poderia trazer consigo um retorno proveitoso da cinzenta teoria para o verde perpétuo da experiência.¹”
[1] [Grau, teurer Freund, ist alle Theorie, Und grün des Lebens goldner Baum. Cinzenta, meu querido amigo, é toda teoria, E verde somente a árvore dourada da Vida. Mefistófeles, em Fausto, Parte I, Cena 4.] (Freud, 1996 p. 169).
Goethe, Fausto
10/11/2025 00:00