Freud, Sigmund (1996pp). Moisés e o monoteísmo três ensaios. In Edição Standard Brasileira das Obras Psicológicas Completas de Sigmund Freud vol. XXIII. Rio de Janeiro: Imago. (Obra original publicada em 1939[1934-38]).
A citação encontra-se em “Moisés e o monoteísmo três ensaios”, ensaio III - “Moisés, o seu povo e a religião monoteísta”, parte II, intitulada “Resumo e recapitulação”, seção (B):o grande homem, página 120. No trecho, Freud se indaga sobre as condições que levam a conferir o título de grande homem a alguém. Entre os homens citados por Freud como exemplo do que seria um “grande homem”, está Goethe. O título, neste caso, é atribuído pela admiração por suas criações artísticas.
Com referências a estas, somos detidos pela consideração de que, todavia, não descreveríamos sem hesitação alguém como sendo um grande homem simplesmente porque foi extraordinariamente eficiente em alguma esfera específica. Certamente não o faríamos no caso de um mestre de xadrez ou de um virtuoso num instrumento musical, mas não muito facilmente, tampouco, no caso de um eminente artista ou cientista. Em tais casos, naturalmente e falaríamos dele como um grande poeta, pintor, matemático ou físico, ou como um pioneiro no campo desta ou daquela atividade, mas nos abstemos de pronunciá-lo um grande homem. Se sem hesitação declaramos que, por exemplo, Goethe, Leonardo da Vinci e Beethoven foram grandes homens, temos de ser levados a isso por algo mais do que admiração por suas esplêndidas criações (Freud, 1996pp, p. 120).
Goethe
09/11/2025 00:00