A vida secreta das palavras

No meio do nada havia o desejo

O célebre escritor francês Victor Hugo considera a palavra um ser vivo. O delicado filme A vida secreta das palavras, da cineasta catalã Isabel Coixet (Espanha, 2005) trata dessa matéria viva, pulsante e pulsional, feita de carne e sangue – ainda que calada.
Hanna Amiran é uma mulher taciturna, isolada em surdo silêncio. Ela sabe que as palavras têm vida própria e, uma vez pronunciadas, se nos escapam revelando a inumana face do real.

Ela, então, se cala. Teme que a palavra, ganhando corpo e voz, faça existir novamente o inominável. Sua vida se resume a uma sucessão de dias iguais, sem cor nem sabor. Sem pausa ou descanso. Sem passado nem futuro, apenas um eterno presente que se repete, a cada dia, sempre igual.

Mecânica e eficientemente Hanna ocupa-se para não pensar, não lembrar. Trabalhadora incansável, é obrigada a tirar férias e não sabe o que fazer desta inusitada brecha que se abre em seu cotidiano sem intervalo nem pulsação, escansão temporal escavada à sua revelia. Decide, então, assumir os cuidados de um ferido em decorrência de um estranho acidente ocorrido numa plataforma de petróleo.

O texto completo você pode ler no PDF anexo.

https://psicanaliseliteratura.capile.net/arquivos/a-vida-secreta-das-palavras.pdf

Isabel Coixet

Isabel Coixet

Drama

Espanha

115 minutos

Cinema