Poesia e verdade - 1ª referência

A citação encontra-se em “Notas sobre um caso de neurose obsessiva” (1909), na seção G “O complexo paterno e a solução da ideia do rato” do item I, intitulado “Extratos do Caso clínico” (1909), em uma nota de rodapé, página 178. Neste trecho, Freud se refere ao paciente conhecido como “homem dos ratos”. O paciente, após um juramento de que jamais se masturbaria, volta a praticar tal ato, especialmente após ler um texto de Goethe.

[...] um impulso em direção a atividades masturbatórias acometeu-lhe quando tinha vinte e um anos de idade [...]. Noutra ocasião, aconteceu quando ele lia em Dichtung und Wahrheit [III, 11] como o jovem Goethe se libertara, numa explosão de ternura dos efeitos de uma maldição que uma amante ciumenta havia conjurado contra a próxima mulher que lhe beijasse nos lábios, depois dela; por muito tempo sofrera, quase de modo supersticioso, a maldição que o mantinha à distância; porém, agora, acabava de romper os grilhões e beijava repetidamente seu amor com alegria (Freud, 1909, p. 178).