Referências ao autor - 14ª referência

A citação encontra-se em “Notas psicanalíticas sobre um relato autobiográfico de um caso de paranóia (Dementia paranoides)” (1911), na seção I, intitulada “História Clínica”, página 33. Trata-se de uma transcrição de um trecho do livro Memórias de um doente dos nervos (1903), de P. Schreber. Neste, Schreber afirma que quando um homem morre, seu espírito (seus nervos, de acordo com o autor) sofre um processo de purificação, numa espécie de estágio anterior à reunião com o próprio Deus. As almas, então, perderiam sua consciência individual neste processo e se fundiriam com almas superiores. Neste momento, Schreber afirma que almas brilhantes, tais como a de Goethe, mantém sua identidade por anos.

As almas que passaram por este processo de purificação começam a gozar de um estado de beatitude. Nesse meio tempo, perderam um pouco de sua consciência individual e se fundiram com outras almas em unidades mais elevadas. Almas importantes, aquelas de homens como Goethe, Bismarck etc., podem ter de manter seu sendo de identidade por centenas de anos mais, antes que também elas possam transformar-se em complexos anímicos superiores, tais como ‘raios de Javé’, no caso do antigo povo judeu, ou ‘raios de Zoroastro’, no caso da antiga Pérsia (Freud, 1911, p. 33).